EMIL NOLDE (Emil Hansen, pintor) (1867-1956) Nolde foi um dos mais importantes representantes do expressionismo alemão. Seus quadros revalorizaram a estética do feio e do grotesco, através da utilização de cores intensas e contrastantes. Nascido no seio de uma família protestante, a princípio Nolde teve de se contentar em aprender o ofício de ebanista, já que sua dedicação à arte era considerada pelos pais um ato anti-religioso. No entanto, enquanto produzia os móveis das fábricas em que trabalhou em Munique, Karslruhe e Berlim, Nolde punha-se a desenhar seus primeiros esboços. Em Berlim, chegou a freqüentar a escola de artes. Fez algumas viagens a Milão e Viena, onde pintou suas primeiras aquarelas de paisagens. Trabalhando na escola de artesãos de Saint Gallen (Suíça), seu primeiro quadro importante adquiriu forma — um óleo intitulado Bergriesen (O Gigante da Montanha), no qual o pintor, mostrando um grande sentido metafórico e expressivo, personificava os maciços suíços como uma multidão de demônios escuros. O rumo de sua vida já estava então completamente decidido. Teve aulas em Munique e Dachau e em 1899 mudou-se para Paris, onde freqüentou durante um ano a Academia Julien. No ano de 1902 sofreu sua primeira desilusão ao ver que seus quadros tinham sido recusados na exposição de Berlim. Mais tarde entrou em contato com os pintores Munch e Rohlfs em Weimar. Associado durante algum tempo ao grupo Die Brücke, chegou à conclusão de que deveria trilhar sozinho seu caminho e separou-se deles, iniciando uma série de quadros de conteúdo religioso, que provocaram certo impacto no público devido ao exagero das cores. Sua proximidade do pintor belga James Ensor e o estudo dos neo e pós- impressionistas fizeram o resto. Seus quadros foram adquirindo claridade e colorido. Com sua forte paixão Nolde deu forma a telas de tonalidades intensas e de manifesta dramaticidade, nas quais as figuras surgiam entre o amontoado de vermelhos, verdes e amarelos quase com a mesma monstruosidade mostrada nas telas de seu admirado mestre belga. Em sua última fase, Nolde iniciou uma série de aquarelas nas quais também predominaram os tons exaltados e a deformação da realidade. Suas obras mais importantes estão numa fundação na cidade de Seebüll e na galeria de arte moderna de Munique, que por coincidência tinha abrigado a exposição nazista que tanto ridicularizou seus quadros.